Cavvalet© De Arte sobre a Arte
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domingo, 26 de dezembro de 2021
sábado, 4 de dezembro de 2021
Arte própria _ Quietude Noturna
Chega a noite...os pássaros miram o espaço em busca da direção. O céu se pinta de azul e violeta, as árvores esmaecem os seus verdes.
Silêncio: ele vai tomando o ambiente. Só se ouve o pio e o farfalhar de asas. Amanhã, quando o sol raiar, eles voltarão.
Arte própria _ Crepúsculo Multicor
A paisagem 'vaza' para transparecer o agito multicor da tarde se esvaindo e a noite chegando com luzes frias e quentes.
O Homem pequeno diante da grandiosidade da natureza selvagem: floresta.
Arte _ Um pouco sobre Maria Prymachenko
Pigeons, 1968, Maria Prymachenko.
Maria Prymachenko (1908-1997) foi uma pintora de arte
popular de uma aldeia ucraniana, representante da arte ingênua
. A artista era adepta do desenho, bordado e pintura em cerâmica Laure. Maria foi uma artista do povo da Ucrânia. Pablo Picasso disse uma vez depois de visitar uma exposição de Prymachenko em Paris: "Eu me curvo diante do milagre artístico deste brilhante ucraniano."
quarta-feira, 7 de outubro de 2020
sexta-feira, 2 de outubro de 2020
Fauvismo _ uma libertação genial
FAUVISMO
Por que o fauvismo era genial?
Os artistas deste movimento não se preocupavam com os aspectos da composição na pintura, nâo porque não tinham estudo ou prática de Desenho e Pintura Acadêmica ou Clássica, mas porque pois sabiam que, na verdade, com as qualidades expressivas que a interpretação individual causa nas pessoas, é que a Arte é, de fato, reconhecida e sentida pelo povo que se torna expectador da obra.
Já esteve diante de um quadro maravilhoso, de um artista famoso, uma obra célebre. de quem os curadores falam e babam, e as pessoas têm que gostar, ainda que não lhes diga nada de especial, porque é o que foi imposto para elas, pois isso é cultura?
Então, é exatamente essa a sensação que como artistas eles conheciam bem e por isso queriam romper com toda a baboseira cultural imposta ao público. Eles disseram, "chega" aos academicistas (ou acadêmicos) com a sua nova proposta.
Lembro que quando eu estudava arte, o meu professor, me repreendia pelo uso das cores puras. E eu dizia: _ As cores existem e foram feitas para se usar!
Os fauvistas, que foram comparados à feras, pelo crítico de arte Louis Vauxcelles comprovaram esse ponto, quando, em Paris, no Salão de Outono, o público tinha à sua disposição uma única obra clássica, mas, de fato, se encantou com a profusão de cores puras e linhas simples, sem o compromisso com técnicas elaboradas, realismo ou a perfeição.
Eram artistas e como tal podiam manusear a realidade o quanto desejassem para expressar a coisa vista e a coisa não vista.
O objeto se transformava em arte pela livre expressão destes artistas livres.
No Fauvismo a interpretação é simples e clara, ela torna a arte algo acessível à todos e não a um público dominante e selecionado dentre as classes mais abastadas.
O Fauvismo nasceu em 1901, na França, precisamente em Paris, como dito antes, todavia, ele só foi reconhecido como uma corrente artística, ou movimento, em 1905, cerca de quatro anos depois que fizeram a primeira aparição pública no "Salão de Outono", em Paris. No ano seguinte, em 1906, já com outros artistas que aderiram à classe, eles organizaram uma exposição no "Salão dos Independentes" e foi nesse que o grupo recebeu o nome 'Les Fauves', a expressão francesa que significa “as feras”.
Os artistas foram chamados de "feras", ou "selvagens", quando o pomposo Louis Vauxcelles (1870-1943), presente a exposição, tentou descrever a sensação que sentiu ao observar uma única obra clássica cercada pelas pinturas fauvistas do salão.
Evidentemente, não se ofenderam, pois certamente esperavam pelas provocações. Sem medo de enfrentar os cânones tradicionais da arte, o Fauvismo constituiu-se como num estilo de pintura da arte do equilíbrio, da pureza, da exaltação dos instintos e das sensações vitais, constituído pelas impressões visuais impetuosas dos artistas em suas telas.
Além disso, o Fauvismo evitou os temas mais deprimentes. A arte fauvista não expressa o que deprime ou oprime a alma do ser humano. È alegre, é bela, é colorida, é apreciada pelos de pureza infantil. O Fauvismo relegou ao segundo plano aspectos como a construção matemática da forma e do conteúdo, buscando apenas representar assuntos leves e alegres, sem conotação política ou crítica, afinal a arte não tem que se moldar ao espírito coletivo, mas, sim, ao individualismo, a essência e percepções de cada um, como ser.
Como então identificar entre as características mais marcantes o artista do movimento fauvista: o fauvista utiliza de cores puras, nada de misturas, cinzas, pretos, cores inventadas e que não estão na natureza.
Usa o emprego arbitrário da cor. O fauvista não tem combinações e níveis cromáticos, usa livremente as cores primárias, secundárias e terciárias e simplifica as formas, evitando angulos perfeitos e matemáticos, linhas pensadas e trabalhadas, evita a reprodução fotográfica. O fauvista não tem compromisso com a representação fiel à realidade, afinal a arte é recriar o que se vê de forma artística e não reproduzir uma foto pintada. O uso de cores fortes e vibrantes como a secundária violeta, ou roxo, o verde, o laranja, também secundária e as primárias, amarelo, azul e vermelho são utilizadas de modo arbitrário e sem correspondência da escala ou círculo cromático. Para os fauvistas, estas cores, sempre em seu estado puro, simplificam as formas, delimitando e modelando o volume, por meio de uma gradação imperceptível ou inexistente de matizes de cor.
Outro aspecto importante são as pinceladas largas e espontâneas, com as quais os artistas fauvistas usando as cores, delimitavam os planos e criavam a sensação de profundidade de suas obras.
Pelo uso da cor e desprezo pelas marcações realistas, tem a influência da arte primitivista, onde o Homem expressava sua arte, segundo o seu desejo e molde natural, como um esboço da figura real, uma prévia do panorama de uma pintura final. Para o fauvista, o ser humano e capaz de identificar o objeto segundo suas linhas e cores, não havendo a necessidade de maiores efeitos para a sua interpretação. De fato, com linhas dedutíveis, nem sempre completas e figuras assimétricas, os quadros pintados pelos fauvistas podem ser imediatamente identificados por qualquer ser humano, pela beleza das cores e a simplicidade de linhas. O Fauvismo é um movimento de influência da arte pós-impressionista.
Apesar de não ser uma corrente artística coesa e organizada, o Fauvismo reuniu artistas que compartilharam características comuns nas suas pinturas durante aquele período importante da História da Arte e do mundo, que se desenvolvia e se industrializava ainda mais.
Dentre os nomes que influenciaram o movimento Fauvista, estão Raoul Dufy (1877-1953), Paul Gauguin (1848-1903), Van Gogh (1853-1890), Henri Matisse (1869-1954 ), Paul Cézanne, que muitos confundem com pintor impressionista, na verdade, ela era fauvista (1839-1906), Georges Braque (1882-1963), que adaptou o seu pontilhismo à técnica fauvista, Albert Marquet (1875-1947), Andre Derain (1880-1954), Jean Puy (1876-1960), Kees Van Dongen (1877-1968), Maurice de Vlaminck (1876-1958), e outros na Europa.
No Brasil, tivemos, sim, fauvistas, e ainda temos! Dentre os brasileiros na História da Arte, temos muitos nomes, embora a adesão em terras brasileiras, tenha sido menor que na Europa, onde se deu o seu ápice, mas, de qualquer forma, é fato que, ainda hoje, as características do Fauvismo podem ser vistas em muitas obras de artistas nacionais.
E o o Fauvismo não influenciou apenas o cenário artístico brasileiro. Ele também esteve e está presente nos principais aspectos dessa corrente, vistos em outros estilos de produção e em artistas nacionais ou ao redor do globo. Isso mostra que embora seja mais lembrado o Classicismo, o Romantismo, e outros movimentos, como o Impressionismo e o Expressionismo, o Fauvismo teve e tem sua importância até hoje.
Dos nomes brasileiros a engrossar alista dos fauvistas, tivemos Arthur Timótheo da Costa, um dos principais artistas do fauvismo no Brasil, que com suas pinceladas fortes, cores vivas e elementos vibrantes e emotivos, atestou o primitivismo presente da natureza, deixando belas obras na memória artística brasileira. Alguns críticos não consideram Arthur Timóteo um fauvista, mas, observando as obras de Paul Cézanne, pode-se ver que a influência fauvista é a tônica do trabalho de Arthur.
Outro artista do Fauvismo no Brasil, que utilizava algumas características do estilo, foi Mário Navarro da Costa. Entre os exemplos de pinturas que carregavam esses atributos de cores fortes e linhas não muito definitas ou exatas, está o quadro “Porto de Leixões”, executado pelo pintor, mas o que realmente pode ser sem medo, classificado como fauvista sim, sem sombra de dúvida e que é válido iapesar dos dois artistas supracitados trabalharem bastante com características dessa corrente, o mais conhecido do Fauvismo no Brasil foi Inimá José de Paula.
A obra, a seguir, é de sua autoria e representa, de maneira intensa, o fauvismo no Brasil, ao contar com cores vibrantes e apresentar temática leve.
Andre Derain |
Henri Charles Manguin |
Georges Braque |
Henri Matisse |
H.Matisse, Madame Matisse, sua esposa. |
Henri Matisse |
Maurice de Vlaminck |
Paul Cezanne |
Edward Munch |
Franz Marc, auto retrato |
Franz Marc |
Franz Marc |
Franz Marc, Ovelhas |
Paul Cezanne, Uma Olympia Moderna |
A arte do Shuimohua
Tang Yin (1470-1523) |
Wang Hui, artista chinês, 1622-1722 |
Li Sixun, artista chinês |
sábado, 5 de setembro de 2020
Cubismo
Albert Gleizer |
Anita Malfatti |
Pablo Picasso |
Auto Retrato, Picasso |
Roger de La Fresnaye |
Juarez Machado |
Juarez Machado |
Roger de La Fresnaye |
quinta-feira, 3 de setembro de 2020
Pintores Renomados Brasileiros _ Anita Malfatti
Anita Malfatti foi uma pintora, de fato, talentosa, mas o que muitos não sabem sobre ela, é que ela representou bem mais do que isso. Para dedicar-se às Artes Plásticas, Anita teve de vencer o desafio de uma artrose deformante e condicionar a sua mão esquerda para aprender a pintar. Anita Malfatti foi um exemplo de superação em muitas situações na vida. E um detalhe: ela teve de fazer isso, ainda criança, quando começou a ter suas primeiras aulas de arte, com cerca de nove anos de idade.
Filha de imigrantes, um italiano e uma norte-americana, Anita nasceu em 1889, no dia 02 de dezembro, e logo se percebeu que tinha uma atrofia causada pela artrose, que atingiu o braço e mão direita, causando paralisia, mas que com a perseverança que tinha e a ajuda que obteve através de aulas com Mrs. Browne, Márcia P. Browne, que foi uma educadora americana que veio à São Paulo, a convite de Horacio Lani, a pedido de Caetano de Campos, com a finalidade de organizar o ensino primário numa escola americana, anexa ao Colégio Mackenzie. Ao que parece, a instrutora Marcia, foi quem ministrou-lhe aulas e lhe ensinou a dominar o movimento da mão esquerda, embora sendo ainda uma criança, foi incentivando Anita a continuar almejando seus interessses artísticos.
Anita iniciou seus estudos em 1897, em 1903 foi para a Escola Americana e enfim, seguiu seus estudos até a formatura de normalista em 1906 no Colégio Mackenzie. Um período pós a morte de seu pai, Samuelle Malfatti, sua mãe, Elizabeth Krug, precisou dar aulas particulares de idioma (inglês) e de pintura, sob a orientação de um pintor conhecido da família, chamado Carlo de Servi e de cuidar de um parente acamado (sua avó), restando-lhes poucos recursos para que ela conseguisse ir à Paris, seu sonho, e estudar Arte, nesta época, Miss Browne já não se encontrava no Brasil, pois, havia retornado aos Estados Unidos. E foi com a mãe, pois Anita acompanhava as aulas que tomavam a maior parte de seu tempo, que Anita entrou com firme pé, no mundo das artes plásticas.
Sem desistir e com ajuda de próximos, amigas de colégio que iam estudar música na Europa, e de seu tio, George Krug, que financiou a viagem, Anita viajou para a Alemanha, e lá, recebeu a sugestão para estudar no ateliê do artista pintor Fritz Burger, um retratista que dominava a técnica pontilhista ou divisionista. Foi o primeiro mestre alemão de Anita. Nessa época ela ingressou na Academia de Belas Artes de Berlim. e acabou sendo aluna de outro pintor renomado, Lovis Corinth.
Então, em 1913, inicia as suas aulas com o professor Ernst Bischoff-Culm, que era da mesma escola de Corinth. Com a instabilidade social-política, que era o prénuncio da guerra de 1914, a tempo, Anita Malfatti resolve deixar Berlim e indo rapidamente à Paris, volta ao Brasil. Quando eclodiu a guerra, em 1914, Anita tinha 24 anos. Sem condições financeiras e não querendo abandonar as Artes, montou no dia 23 de maio de 1914, uma exposição com obras de sua autoria, exposição essa que ficou aberta até meados de junho. Como suas obras não haviam sido do agrado do senador brasileiro do qual dependia para uma bolsa de estudos, e com o estouro da guerra na Europa, o tio, mais uma vez, a embarca para os Estados Unidos, e em 1915, ela começa na tradicional Art Student's League.
Daí para diante, mesmo com os percalços da guerra, causando dificuldades em todo o mundo, e dificultando as locomoções entre países estrangeuros, Anita deu prosseguimento a sua jornada como artista.
Mas foi em 1917, dois anos depois, que Anita reuniu 53 obras suas e com forte tendência expressionista, herança do que estudou e viu na Europa, almejando com o evento, expor individualmente em São Paulo, no que intitulou o evento de “Exposição de Pintura Moderna Anita Malfatti”. Porém, foi em 1922, participou de outro evento, a Semana de Arte Moderna do Brasil, onde, nesta exposição que tornou-se um marco do movimento modernista no Brasil, consagrou definitivamente o seu trabalho.
A Semana de Arte Moderna, que ficou famosa mundialmente como a Semana de 22, chocou muitas pessoas, na verdade, as de mentalidade provinciana que, de certa maneira, não estavam preparadas para compreender a inovação estética expressa na arte dos artistas modernistas. E com isso, a crítica foi impiedosa, mas como sempre, o mundo tem que caminhar e tornou-se o início de uma marcante parte da História da Arte no Brasil e um evento que hoje faz parte do ensino das Belas Artes no mundo inteiro, ao se citar a Arte no Brasil, e como foram muitos movimentos rechaçados pelos "cínicos" de arte, aqueles que viviam de ganhar dinheiro explorando artistas, mas que de arte nada mesmo entendiam, pois não faziam arte, em sua maioria.
Um dos críticos azedos de seu trabalho, foi o escritor Monteiro Lobato, que, depois de visitar a exposição, publicou no jornal “O Estado de São Paulo” o artigo intitulado “Paranoia ou mistificação?”, no qual critica as obras da artista, e tão logo, seu argumento foi rebatido por Oswald de Andrade.
Pessoalmente, considero paranóia ou mistificação "O Sítio di Pica-Pau Amarelo", que apesar de baseado em lendas, causos e crendices do povo brasileiro, é bem mais surreal que qualquer obra pintada e exposta na Semana de 22. Acho interessante as críticas vindas de certos colegas de notoriedade. Suas palavras e análises parecem carregadas de uma só coisa: a maldade vinda da inveja.
Mais tarde, Anita realizou seu sonho de estudar Artes na França, pois em 1923, Anita ganhou uma bolsa para estudar em Paris. Em Paris, Anita conheceu alguns importantes pintores como o cubista Fernand Léger (1881-1955) e o impressionista Henri Matisse (1869 - 1954) entre outros do movimento modernista.
De volta ao Brasil, ao lado de Mario de Andrade, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia, formaram o “Grupo dos Cinco", que defendiam as ideias e a importância da Semana de Arte Moderna como um divisor de águas na cultura das Artes Plásticas e do comportamento no Brasil.
Dentre as suas obras mais conhecidas do público e expostas, estão:
O Homem Amarelo, pintado em 1915.
Auto-Retrato, de 1922.
O Burrinho Correndo, de 1909 (nesta ocasião, numa fase entre naturalismo e impressionismo, Anita assinava como "Babynha", seu apelido. A partir de 1914, passou a assinar seu próprio nome).
Retrato de Fernanda de Castro, 1922.
Tropical, de 1917
Retrato de Mario de Andrade, 1921.
Foto da artista, Anita Malfatti,