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domingo, 30 de agosto de 2020

Pintores Renomados Brasileiros _ Di Cavalcanti

Figura icônica do movimento modernista no Brasil da década de 1920, Emiliano Augusto Di Cavalcanti Albuquerque, nasceu na Bahia em 6 de setembro de 1897, mas não restringia seu talento somente a pintura, no ramo das artes visuais, Di Cavalcanti foi desenhista, ilustrador, cartunista, caricaturista, muralista, cenógrafo, escritor, jornalista, poeta e doutor honoris causa pela Universidade Federal da Bahia.

Em 1909, aos onze anos já era aluno do pintor Gaspar Puga Garcia. Aos 13 anos, Di Cavalcanti publicou seu trabalho na Revista “Fon-Fon”, onde viria a trabalhar em 1914 fazendo suas ilustrações.
Filho de Frederico Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo com Rosalia de Sena, Di Cavalcanti transparece em suas obras a influência do expressionismo alemão e do cubismo, principalmente pelas cores vibrantes e desenhos sinuosos que retrataram temas caracteristicamente brasileiros, tais como o carnaval, as mulatas, os operários, as favelas. A influência de Picasso é notória em seu trabalho. 

A cultura baiana, as mulheres e paisagens típicas estamparam suas telas. Contemporâneo de outros artistas brasileiros que marcaram o Modernismo, um de seus projetos foi, exatamente, a idealização da Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo em fevereiro de 1922, na qual expôs 11 obras e as ilustrações publicitárias. Amigo de Mário de Andrade, irmão de Oswald, com ele,  Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, e outros, tiveram participação na histórica exposição. Sua primeira individual foi em 1917 na redação da revista "A Cigarra".

Com a repercussão do evento, em 1923, segue para a Europa, onde residiu em Paris até 1925. Suas obras foram expostas em Berlim, Bruxelas, Amsterdã, Londres e Paris. De volta ao Brasil, em 1926, Cavalcanti foi ilustrador do livro “Losango Cáqui”, de Mário de Andrade (1893-1945) e no “Diário da Noite”, onde também foi jornalista.

Em 1928, ele resolve se filiar ao Partido Comunista do Brasil. Em 1932, Di se torna membro fundador do Clube dos Artistas Modernos. Cavalcanti, em função de sua atuação política, é preso em 1932, no contexto da Revolução Constitucionalista, e 1936, ainda perseguido pelas autoridades, foge para Paris, onde se refugia até o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939. 

Esteve no Uruguai e na Argentina para expor e foi premiado na “Exposição de Arte Técnica” de Paris, pela decoração do Pavilhão da Companhia Franco-Brasileira em 1937.

Di Cavalcanti Ilustrou livros de Vinícius de Morais, Álvares de Azevedo e Jorge Amado,  apresentou suas obras na Cidade do México e na I Bienal Internacional de Arte de São Paulo. Na II Bienal de São Paulo, em 1953, recebeu a láurea de melhor pintor nacional junto com Alfredo Volpi. 

Di Cavalcanti foi homenageado pelo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM) com uma exposição retrospectiva de seus trabalhos. Em 1955, ele publica o livro de memórias 'Viagem de minha vida'.
 
Participou da Bienal de Veneza em 1956, mesmo ano que é premiado na Mostra de Arte Sacra de Trieste, na Itália.

Em 1960, Di Cavalcanti ganha a medalha de ouro na Bienal Interamericana do México. Em 1966, ele recupera seus trabalhos extraviados no início dos anos de 1940 e ficaram armazenados nos porões da embaixada brasileira. 

Em 1971, outra retrospectiva de sua obra é organizada para homenagear Di Cavalcanti, desta vez pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Di Cavalcante faleceu no Rio de Janeiro, em 26 de outubro de 1976.



Di Cavalcanti



Retrato de Mulata, 1955, Di Cavalcanti



Mulher com o Gato, 1973



Cinco moças de Guaratinguetá, 1930




Retrato de Mulata ( Marina Montini), 1969

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A arte de Anna Cossant _ Cavvalet ©